A traição pode trazer mais felicidade à mulher?

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Podemos ficar horas e horas pensando nessa pergunta. Será possível que uma mulher encontre a felicidade nos braços de um amante? E isso pode nos levar a responder o questionamento com outra pergunta: Será que uma mulher vai procurar um amante, caso se sinta feliz no casamento? 

Vamos nos ater aos fatos primeiro, antes de mergulharmos nas linhas mais complexas do tema, já que ele envolve questões humanas, relacionamentos e afetos. Bom, o que os números que temos em mãos apontam é curioso e revela alterações significativas no comportamento das mulheres nas últimas décadas. Alguns dados mostram que a taxa de mulheres que traem os maridos aumentou muito, cerca de 40%, nos anos ’90 do século passado. Fatores culturais e socioeconômicos explicarão este fenômeno. Interessante, não é mesmo? A disseminação de métodos contracetivos, a conquista de independência financeira feminina, o fim do medo do divórcio, e leis que erradicaram o medo de perderam a guarda dos filhos – como em épocas passadas –, bem como uma visão mais igualitária de direitos (ainda em discussão, já que a igualdade plena não é uma realidade) podem ajudar a compreender esta mudança de paradigma. Mesmo assim, as mulheres continuam sendo as mais penalizadas em caso de traição. 

Junto destes fatores, podemos acrescentar outro que não deve ser deixado de lado: a internet. Sim, a era tecnológica modificou o campo dos relacionamentos! Sob o anonimato e conforto dos sites de encontros online, as mulheres ganharam mais confiança para, sem grande envolvimento ou risco de serem descobertas, e de forma simples, procurarem parceiros que cubram as falhas que elas têm nas relações com os parceiros primários. A internet veio para facilitar a busca, já que sites como o Second Love, feito para pessoas casadas, permitem encontrar parceiros que querem exatamente o mesmo que elas: um caso descomprometido e sem consequências dolorosas. Além disso, também não podemos ser ingênuos — a internet trouxe uma abertura para a sinceridade. É muito mais fácil falar sobre sexo e vida conjugal no manto do anonimato. Boa parte das traições jamais seria admitida ao vivo. Ou seja, muitas estatísticas anteriores à era digital talvez não tragam a verdade dos fatos. 

AS RAZÕES DELAS 

  • Voltar a se sentir desejada 

Casamentos longos e rotineiros, em que as mulheres acabam se sentindo invisíveis, são apontados como motivos da vontade de se aventurar nos braços de outro homem. 

  • Necessidade de se sentir viva 

Mulheres maduras, perdidas na monotonia do cotidiano, acabam procurando uma aventura extraconjugal para voltarem a sentir um pouco mais de adrenalina e excitação. 

  • Sexo de vingança 

Vítimas de traição, muitas vezes, querem se vingar, seja de forma proposital, para fazer o companheiro passar pelo mesmo sofrimento, ou porque o deslize do parceiro acaba dando o “passe livre” para elas experimentarem algo que sempre desejaram em segredo. 

  • Carência afetiva 

Necessidade de carinho, cuidado e mimos são razões apontadas por muitas mulheres envolvidas em relações em que apenas elas oferecem afeto. Sentir-se negligenciada é um sentimento poderoso, capaz de fazer uma mulher ir buscar atenção nos braços de outro homem. 

  • Insatisfação sexual 

A principal razão para a traição masculina também foi apontada pelas mulheres. Hoje, elas também procuram de forma consciente, aberta e ativa a plena satisfação sexual, sempre que 

isso falta dentro de casa. Isso é muito comum em casamentos onde o sexo é sem graça e o orgasmo feminino nunca é atingido. 

  • Fantasia sexual 

Realizar fantasias sexuais, desempenhar um papel mais ativo na cama e apimentar a chata rotina com o carimbo do proibido também são muito atraentes para elas. 

  • Desejo do divórcio 

Em alguns casos, a traição é acionada como um mecanismo para facilitar o caminho para o divórcio. 

Mais felicidade, mas não toda a felicidade 

Listados os motivos que as mulheres mais frequentemente dão para justificar suas traições, podemos concluir que um affair pode trazer felicidade e ajudar a aliviar as necessidades emocionais e sexuais, trazendo estabilidade em vidas desequilibradas. 

Sim, ela talvez seja uma conclusão simplista, já que a consciência, os remorsos, os sentimentos de culpa ou carências mais profundas podem atrapalhar a sensação de bem-estar depois de uma transa clandestina. Porém, mulheres bem resolvidas, de mentes abertas e que amam seus maridos, confessam que a introdução de um amante em suas vidas – seja um parceiro esporádico ou um caso fixo – lhes permite completar a realização pessoal e suprir ou corrigir falhas do casamento. É a mesma coisa que dizer que elas já eram mulheres felizes e realizadas, apenas não totalmente, e que ajustaram o ponto que faltava. 

Sabemos que é difícil trazer uma abordagem pragmática sempre que há sentimentos envolvidos, mas a verdade é que é mais difícil encontrar o amor verdadeiro e um bom companheiro para a vida do que um bom amante, motivo pelo qual grande parte das traições não leva ao fim do casamento, e se torna apenas um complemento de satisfação. 

Desde que o amor passou a ser o elemento primordial do casamento – e não mais os acordos entre as famílias e a passagem de títulos ou dotes –, os parceiros assumiram um papel importante e cheio de responsabilidades. Espera-se hoje que o cônjuge seja amante, parceiro, amigo, confidente, apoio emocional, promotor de estabilidade e desenvolvimento pessoal e conjugal, que ame a família e que seja um companheiro em todos os aspetos e momentos da vida, promotor de realização pessoal, que inspire e permita que as suas parceiras sejam livres. Nestes novos modelos de ligação entre parceiros, comprometer todos esses papéis apenas por um menor ou insatisfatório desempenho em um deles parece ser um negócio ruim. Isso poderá explicar um outro indicador curioso dos dias de hoje: a traição já não é o principal motivo dos divórcios. 

Bom, mas respondendo agora mais diretamente à pergunta inicial, diríamos que: sim, um amante pode trazer MAIS felicidade à vida da mulher. Porém, se toda a felicidade dela depender do amante, então, é um sinal de que algo está muito errado no casamento. 

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